O jardim num postal antigo.
Este jardim romântico construído no século XIX, a partir de um terreno em socalcos, deve o seu nome ao convento de frades arrábidos, edificado no século XVII que se enconta no outro lado da rua.
O passeio foi construído sobre o resto das muralhas das inacabadas obras de Águas Livres, que aqui planeavam construir um grande reservatório para abastecimento da zona oriental da cidade, que nunca se chegou a realizar. Entretanto, o local tornou-se vazadouro público, até que, em 1830, com o aquartelamento do comando da Guarda Real da Polícia e a construção das suas cavalariças, começaram os trabalhos de arborização.
Em 1835, a autarquia passou a estar encarregue deste espaço, construindo as duas escadas laterais que estabelecem comunicação entre os dois patamares. O conselheiro Agostinho da Silva foi o responsável por este trabalho de ajardinamento e de melhorias. Os canteiros seguiam uma tradição à francesa, de jardim formal com buxos e flores.À volta dos canteiros, plintos, sobre os quais estavam vários bustos de deuses e heróis da mitologia greco-romana, assim como de algumas figuras históricas ligadas aos Descobrimentos. O tabuleiro superior foi transformado em alameda, com densa vegetação, bancos e um enorme "tanque" que veio dos jardins da Bemposta do chamado Paço da Rainha.
O jardim depois de muitos anos em que não se tinha acesso ao piso inferior, foi ficando cada vez mais degradado até que fechou durante cerca de dois anos até à abertura tão aguardada.
Ainda bem que o jardim se pode usufruir.Ainda bem que os habitantes e turistas possam voltar a ver as magníficas vistas que dali se vislumbram.
Só foi pena no projecto terem considerado que as plantas (o verde) não tinha assim tanta importância, transformando o jardim (apesar de recuperado) em algo asséptico. http://cidadanialx.blogspot.com/2008/02/outra-inaugurao-do-jardim-de-so-pedro_07.html
O acesso à fonte é bom,mas o empedrado à sua volta foi mal feito acabando por a água das chuvas e folhas das árvores se acumularem (como se vê à direita da foto)
Adeus relva...
Alamedas de pedra
caminhos de areia e pedra...esta foto parece ter sido tirada num cemitério
Fonte restaurada.Ao longe as bases dos bustos que entretanto foram roubados(10 ao todo).
Terá sido feita investigação policial por tamanho atentado?
Um belo busto que escapou aos ladrões.
Tiraram todas as plantas que viviam nas rochas da cascata. Terá sido o medo do verde ou só mau gosto de quem não percebe que as cascatas são para terem plantas (avencas, fetos e costelas de adão)que misteriosamente foram arrancadas.
Já o embrechado de conchas e vidro que estava um pouco degradado, não teve direito a um merecido restauro profissional.
Lindo o tubo gigante de aço (não havia um diâmetro maior?)
Penso que é para esconder os fios da iluminação. E que foi feito dos antigos habitantes da cascata, os peixinhos vermelhos?
Belo pormenor de búzios, conchas e coral em estilo neo-rocaille
O terraço inferior antes do restauro.
Adeus glicínias que durante décadas treparam pelo muro entre os dois níveis do jardim, criando uma cascata lilás com as suas flores em cachos.É mesmo um convite para os meninos dos grafittis sujarem tudo...aquela parede branquinha...
Cá está a parede do jardim do lado da rua das Taipas que naõ chegou a ser intervencionada.
Cantinho sem jeito nenhum; nem um banco para apanhar sol.Já ouviram falar em cadeiras de lona como nos jardins de Londres?
Adeus buganvílias centenárias que enchiam de cor o terraço dos bustos e cuja cor escarlate podia ser vista do jardim do Torel e da Igreja da Graça.
O vaso de pedra que coroava o cimo do plinto, desapareceu para nunca mais voltar?
Um canteiro que sobreviveu aparece com os já nossos conhecidos agapantos que poderiam passar a ser designados por "agapantus Olissiponensis" dada o seu cultivo intensivo nos jardins públicos da capital.
O jardim está tão tristonho que uns habitantes locais já plantaram umas plantinhas (uma couvinha de jardim, uma prímula e um amor-perfeito)à volta de uma árvore recém plantada...palavras para quê?
Estive lá ontem à tarde, a ver e a mostrar a vista. Já tinha saudades, depois de ele ter estado tanto tempo fechado para recuperação. Está com aquele ar desinfectado, é certo, e falta-me a muralha de buganvíleas. Vistas das muralhas do castelo de São Jorge elas eram uma referência, mas deviam estar a incomodar alguém.
ResponderEliminarNesta cidade, infelizmente, é assim. Faz-se pouco em jardins públicos, e o que se faz não tem em atenção a manutenção de comunidades ecológicas estáveis. O asséptico e inestético é mais barato e é com isso que os lisboetas devem contar... é triste, mas é assim. Um grande bem haja e que continue com essa vontade de intervir na vida desta nossa velha cidade.
ResponderEliminarSam
Além das couvinhas de jardim e das prímulas talvez ainda alguém pense em fazer lá uma horta de couves galegas. O jardim público passará assim a ter utilidades gastronómicas, já que ele de jardim agora tem pouco. É um espaço público, uma praça com árvores.
ResponderEliminarEspecialmente na parte superior.Um jardim de pedra e árvores.
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