domingo, 18 de maio de 2008

sábado, 17 de maio de 2008

Belle portugaise

Vinda do garden center de Villar D'Allen no Porto, esta roseira que permaneceu na minha varanda de Lisboa há um ano,deu pela primeira vez uma flor. O perfume é maravilhoso e a beleza desta flor gigante é surpreendente.Estou muito orgulhoso.E eu que pensava levá-la para o meu jardim da Caparica, não se conseguirei separa-me dela.





terça-feira, 6 de maio de 2008

o Rapaz de Bronze

“Era uma vez um jardim maravilhoso, cheio de grandes tílias, bétulas, carvalhos, magnólias e plátanos.
Havia nele roseirais, jardins de buxo e pomares. E ruas muito compridas, entre muros de camélias talhadas.
E havia nele uma estufa cheia de avencas onde cresciam plantas extraordinárias que tinham, atada ao pé, uma placa de metal onde o seu nome estava escrito em latim.
E havia um grande parque com plátanos altíssimos, lagos, grutas e morangos selvagens. E havia um campo com trigo e papoilas, e um pinhal onde entre mimosas e pinheiros cresciam urzes e fetos.
Ora num dos jardins de buxo havia um canteiro com gladíolos.
Os gladíolos são flores muito mundanas. E aqueles gladíolos achavam que o lugar mais chique do jardim era esse jardim de buxo onde eles moravam.
… os gladíolos gostavam muito de ser gladíolos e achavam-se superiores a quase todas as outras flores.
Diziam eles que as rosas eram flores sentimentais e fora de moda e que os cravos cheiravam a dentista. Tinham grande desprezo pelas papoilas e pelos girassóis, que são plantas selvagens. E das flores da urze e das flores de tojo do pinhal diziam que nem eram flores.
Os gladíolos admiravam secretamente as camélias, mas não tinham muita consideração por elas: achavam que elas eram esquisitas e irritantes. As camélias são muito diferentes dos gladíolos: são vagas, sonhadoras, distantes e pouco mundanas. Estão sempre semiescondidas entre as suas folhas duras e polidas. Mas os gladíolos admiravam as camélias por elas não terem perfume, pois, entre as flores, não ter perfume é uma grande originalidade.
Mas as flores que os gladíolos amavam realmente, as flores por quem os gladíolos tinham uma admiração sem limites, eram as tulipas. Com as tulipas os gladíolos chegavam a ser subservientes e punham de parte a sua vaidade.
E o único desgosto da vida dos gladíolos era não serem tulipas. Porque as tulipas são caras, raras e muito bem vestidas. O seu feitio é simples, exacto e claro. As suas cores são ricas e sumptuosas. As suas pétalas são as pétalas mais bem cortadas e mais bem armadas que há no jardim.
Mas havia uma flor que os gladíolos detestavam. Era a flor de muguet.
O muguet é uma flor escondida. É uma flor pequenina e branca e tem um perfume mais maravilhoso e mais belo do que o perfume dos nardos.
Durante o Inverno ela dorme na terra debaixo das folhas secas e desfeitas das árvores. Dorme como se tivesse morrido. Mas na Primavera as suas longas folhas verdes furam a terra e crescem durante alguns dias até terem um palmo de altura. Então muito devagar as folhas vão-se abrindo e mostram à luz maravilhada as campânulas aéreas, brancas e bailarinas da flor do muguet. E o vento da tarde toma em si o perfume do muguet, leva-o consigo, e espalha-o no jardim todo.
Então tudo no jardim estremece e as grandes tílias e os velhos carvalhos e as flores recém-nascidas e as relvas e as borboletas dizem:
- É Primavera! É Primavera!
Só os gladíolos não gostam e dizem:
- Que flor tão exibicionista! Finge que se quer esconder, finge que é simples e humilde, finge que não quer que a vejam, mas depois transforma-se em perfume e espalha-se no jardim todo!
E à noite, quando vão à estufa visitar as begónias e as orquídeas, os gladíolos fecham a porta para não sentirem o perfume da flor do muguet.”

(Excerto de “O rapaz de bronze” de Sophia de Mello Breyner Andresen)

domingo, 4 de maio de 2008

Rosas do meu jardim










MAIO

NO JARDIM
Continuar com as sementeiras do mês anterior, gipsófilas, linho, melindres, etc.
Prosseguir a plantação de dálias.
Enxofrar as roseiras, por causa do oídio e mondar os botões, para obter flores mais perfeitas e bonitas.
Combater o piolho das roseiras e doutras plantas de jardim com insecticidas de contacto.

NAS HORTAS
Armar os canteiros.
Regar, sachar e mondar alfobres e plantações.
Estrumar devidamente a terra dos canteiros. Sendo Maio o mês por excelência dos grandes trabalhos na horta, convém dispor, nesta altura, de estrume em quantidade para as estrumações próprias da época.

NOS CAMPOS
Continuar as lavouras preparatórias dos pousios e concluir o amanho das terras para sementeiras e plantações da época.
Sachar e desbastar o milho e batata, sachar também as sementeiras e as plantações de girassol, chícharo, feijão, soja e topinambos.
Semear milho estreme ou consociado com feijão, onde se possa regar, linho, alpista, sorgo, trevo-violeta, luzerna e cânhamo.
Aplicar calda cúprica nos batatais já nascidos, a fim de evitar os ataques do míldio.
Plantar batata doce e beterraba forraginosa.
Fenar e ensilar forragens e iniciar a colheita da fava e, na segunda quinzena do mês, começar a ceifa das cevadas e aveias, assim como dos trigos precoces.