quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
A água e os jardins de Lisboa
A ETAR de Chelas iniciou o seu funcionamento apenas com tratamento primário, seguido de desinfecção com cloro, em Dezembro de 1989. Em Março de 2001, a estação inaugurou uma linha de tratamento bastante diferente e completa, passando a dispor de um tratamento terciário de efluentes. A água sofre um tratamento destinado a garantir que a sua descarga no meio receptor se faz de acordo com a legislação em vigor, incluindo a remoção do azoto e a desinfecção final de toda a água tratada para poder ser reutilizada em fins de segunda linha.
De facto a água não é aproveitada para nenhum fim.Quando se fala na água como um bem cada vez mais escasso,e quando esta mesma água sai de uma estação de tratamento sem qualquer tipo de aproveitamento,penso que estamos a desperdiçá -la.É fácil os serviços municipalizados queixarem-se da despesa com a água para regar os jardins.É muito mais fácil reduzir os jardins a espaços menos verdes (Jardim de São Pedro de Alcântara)com alamedas de areia e empedrado tradicional.As pessoas compreendem que se deve poupar água, e até acham que tal faz sentido .O que não tem lógica nenhuma é existirem recursos hídricos que são desperdiçados enquanto os jardins vão ficando cada vez mais homogéneos, e standarizados com as mesmas plantas de sempre,agapantos e acantos, cuja desculpa para a resistância à água,é não mais ,que a quase nenhuma manutenção requerida.
O Aqueduto das Águas Livres que trazia água captada em Belas e nos arredores de Lisboa, poderia continuar a transportar essa água para a rega dos principais jardins?Com a mãe de água tão perto da faculdade de Ciências na Rua da Escola Politécnica , será normal o Jardim Botânico passar sede (algumas plantas já definharam)e o seu lago estar seco? As águas que saiem das ETARS em Chelas, Alcântara (em remodelação) e Beirolas não poderiam ser canalizadas por uma "conduta verde" para uso exclusivo de rega e limpeza dos jardins,em vez de correrem para o rio?
Que moral existe quando se pede às pessoas para pouparem água se a água é desperdiçada desta maneira?Sabiam que a água que corre nas fontes do castelo de S.Jorge não é aproveitada e corre directamente para a sargeta?Só mais um pormenor, sabiam que as ruas são lavadas (cada vez menos é certo)com água própria para beber?
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Por aqui o desperdício tem a imagem dos aspersores das rotundas a regarem abundantemente o alcatrão em pleno verão!
ResponderEliminarBem, eu sou suspeita, mas acho que os nossos jardins deviam realmente ser jardins adaptados a poucas regas, e isso não significa serem monótonos porque existem muitíssimas plantas pouco exigentes em água e muito interessantes que podem ser utilizadas, e ainda por cima muito mais harmoniosas com a paisagem natural do que aquelas que vemos nos jardins dos países do norte. Provavelmente o uso racional dessa água desperdiçada tornaria este tipo de jardins magníficos porque mesmo as plantas resistentes à seca têm muito melhor aspecto se receberem alguma rega nos meses secos.
Infelizmente conheço muito mal os jardins de Lisboa, mas concordo que os jardins públicos e de entidades públicas devem dar o exemplo poupando e usando racionalmente a água. Desde que isso não seja desculpa para não fazer jardim nenhum, claro... em Portugal a má gestão é uma coisa crónica.
Como têm os dois razão!!
ResponderEliminarSe alguém vos ouvisse... que bom seria!!!
Obrigado Isabel e jardineira.
ResponderEliminarO pior, caros amigos, é quando os aspersores regam abundantemente o asfalto quando chove a potes...
ResponderEliminarTambém é verdade!
ResponderEliminarCaro Colega
ResponderEliminarExemplos existem alguns como C.M. de Silves em Telegestão ,Quinta da Boavista ,Pine Cliffs ,Camara de Portimão pelo que as empresas de projectos de irrigação e tecnicos credenciados com expriencia na matéria existem apesar dos orçamentos na referida especialidade nunca ou raramente contemplarem investimentos justificáveis em sistemas de gestão automaticos ligados a estações de condições gerais locais como no reaproveitamento de aguas provenientes de estações de tratamento ,projectos sustentáveis e redes de rega de preferencia gota a gota .
São argumentos a clientes que não pretendem investir quando demonstrados os resultados comparativos e comparados com o custo de água que nalguns casos chega a 1€ por m3 .
Portugal apresenta-se em parte evoluido comparando com alguns paises Europeus pelo que discordo quando afirma-se casos crónicos de má gestão .Podemos desenvolver muita matéria sobre este assunto sendo o factor politico o principal muro que condiciona toda a sustentabilidade dos nossos espaços verdes ,apesar de termos nos dias de hoje uma ideia muito mais respeitadora mas que por vezes mostra é falta de conhecimento quando afirma-se que os campos de golfe gastam os nossos recursos hidricos contra a conclusão de que apenas preservam e equilibram como quando bem modelado o consumo de agua é reduzido revertendo por desnivel aos lagos e como diz um colega nosso É A AGRICULTURA DO SEC XXI